QUEM SOMOS
Somos a Companhia de Jesus, Ordem dos Jesuítas, fundada por Inácio de Loyola e aprovada oficialmente pelo Papa Paulo III, em 27 de setembro de 1540.
O forte trabalho missionário, indo às fronteiras das dificuldades sociais, marca os mais de 480 anos de nossa história.
Atualmente, somos cerca de 16 mil jesuítas atuando em torno de 100 países dos cinco continentes.
Inácio de Loyola
Inácio de Loyola nasceu em Azpeitia, na Espanha, em 1491. De família da nobreza rural, o caçula de 13 irmãos foi batizado como Iñigo. No entanto, mais tarde, mudou o seu nome para Inácio. Entre os anos de 1506 e 1517, serviu no Palácio Real de Arévalo. Lá, tornou-se mais culto, aprendeu as artes da cavalaria e das armas. Em 1517, optou pela carreira militar. Foi prestar serviços para o duque de Najera e vice-rei de Navarra, o qual defendeu em várias batalhas militares. Em 20 de maio de 1521, uma bala de canhão mudou sua vida, dando início a uma experiência de conversão espiritual.
Durante o período de convalescência no Castelo de Loyola, como não havia livros de Cavalarias – seus preferidos -, Inácio dedicou-se à leitura de Vida de Cristo, escrita por Ludolfo da Saxônia, e de uma coletânea Vida dos Santos. Foi após o contato com os livros religiosos que ele percebeu, com atenção e paciência, que as ambições mundanas lhe causavam alegrias efêmeras, meros prazeres, ao passo que a entrega a Jesus Cristo lhe enchia o coração de alegria duradoura. Essa consolação foi, para Inácio, um sinal de Deus.
Já recuperado, Inácio decidiu partir rumo a Jerusalém. Saindo de Loyola, seguiu em peregrinação para Montserrat (Espanha). Em Manresa, também na Espanha, Inácio abrigou-se em uma cova. Vivendo como eremita e mendigo, passou pelas mais duras necessidades. Mas seu objetivo era maior: queria ter tranquilidade para fazer anotações em um caderno que, mais tarde, iriam se transformar no livro dos Exercícios Espirituais (EE.EE), considerado até hoje um de seus mais importantes legados. Após essa experiência, Inácio seguiu em sua longa peregrinação até Jerusalém, onde permaneceu por um tempo. Os EE.EE constituem-se como um caminho a percorrer, uma maneira vital de dispor-se inteiramente à ação do Espírito (“deixar-se conduzir por Ele”). Saiba mais aqui.
Ao mudar-se para Paris (França), Inácio dedicou-se aos estudos de Filosofia e Teologia. Foi lá que conseguiu agrupar colegas a quem passou a chamar de companheiros ou amigos do Senhor. Nascia, assim, o primeiro esboço do que seria a Companhia de Jesus.
Em 15 de agosto de 1534, na capela de Montmartre, em Paris (França), Inácio e seis companheiros – Francisco Xavier, Pedro Fabro, Afonso Bobadilha, Diogo Laínez, Afonso Salmeirão e Simão Rodrigues – fizeram votos de dedicarem-se ao bem dos homens, imitando Cristo, peregrinar a Jerusalém e, caso não fosse possível, apresentar-se ao Papa, com o objetivo de colocarem-se à disposição do Pontífice. Um ano depois, os votos foram renovados por eles e mais três outros companheiros – Cláudio Jaio, João Codure, Pascásio Broet.Em 1541, um ano após a Companhia de Jesus ser aprovada pelo Papa Paulo III, Inácio foi eleito o primeiro Superior Geral da Ordem, passando a viver em Roma (Itália). Dedicou-se à função preparando e enviando os jesuítas ao mundo todo, servindo à Igreja e escrevendo as Constituições da Companhia de Jesus.
Inácio morreu em 31 de julho de 1556, em Roma A sua canonização aconteceu em 12 de março de 1622, pelo Papa Gregório XV.
Companhia de Jesus
Foi na capela de Montmartre, em Paris (França), em 15 de agosto de 1534, que Inácio e seis companheiros – Francisco Xavier, Pedro Fabro, Afonso Bobadilha, Diogo Laínez, Afonso Salmeirão e Simão Rodrigues – fizeram votos de dedicarem-se ao bem dos homens, imitando Cristo, peregrinar a Jerusalém e, caso não fosse possível, apresentar-se ao Papa, com o objetivo de colocarem-se à disposição do Pontífice. Um ano depois, os votos foram renovados por eles e mais três outros companheiros – Cláudio Jaio, João Codure, Pascásio Broet. Passados seis anos, a Companhia de Jesus foi aprovada oficialmente pelo Papa Paulo III, em 27 de setembro de 1540, por meio da bula Regimini militantis Ecclesiae. No ano seguinte, 1541, Inácio foi eleito o primeiro Superior Geral da Ordem, passando a viver em Roma (Itália).
Desde o início de sua existência, a Companhia de Jesus sempre se caracterizou pela intensa atividade missionária e apostólica, como se pode observar nas palavras deixadas por Santo Inácio: “Para a Maior Glória de Deus”, tradução de “Ad Majorem Dei Gloriam”. Assim, em pouco tempo, os jesuítas espalharam-se por todo o mundo, dedicando-se às mais diferentes missões. Temos dois bons exemplos do fervor apostólico e missionário da Companhia de Jesus: São Francisco Xavier, com seu intenso trabalho no Oriente, e São José de Anchieta, no Brasil Colônia. Pouco mais de 200 anos depois de seu nascimento, a Companhia de Jesus enfrentaria seu pior momento: sua supressão, de 1773 a 1814, na Europa e seus domínios, permanecendo apenas na Rússia e na Prússia.
A supressão, que durou 41 anos, não conseguiu sufocar o Espírito que está na origem da existência da Companhia de Jesus. Na manhã de 7 de agosto de 1814, Pio VII celebrou a missa no Altar de Santo Inácio. Após a cerimônia, com a presença de todos os cardeais da cidade e de cerca de 100 jesuítas sobreviventes da supressão, o Papa solicitou ao Monsenhor Cristaldi a leitura da Bula Sollicitudo Omnium Ecclesiarum. Diante de todos, o Papa fez ler a Bula que restaurava a Companhia de Jesus em todo o mundo.
Provincial do Brasil
Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ, nasceu em Piwniczna, Nowy Sacz (Polônia), em 01 de setembro de 1957. Ingressou na Companhia de Jesus em 31 de agosto de 1973. Em 2008, naturalizou-se brasileiro. O jesuíta possui bacharelado em Filosofia e Teologia, títulos obtidos em instituições renomadas de Cracóvia e Varsóvia, na Polônia. Além disso, é mestre em Liturgia pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção, localizada em São Paulo (SP).
Entre as missões no Brasil, já foi prefeito da Igreja do Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro (RJ), e diretor de Pastoral dos Colégios São Francisco Xavier e São Luís, ambos em São Paulo (SP). Exerceu também a função de diretor-geral do Colégio São Luís (SP), entre 2003 e 2008, e do Colégio Santo Inácio (RJ), entre 2009 e 2011. Entre 2011 e 2014, foi Provincial da antiga Província Brasil Centro-Leste (BRC). Após a criação da Província do Brasil, em 2014, desempenhou as funções de Superior de Plataforma Apostólica e, de 2018 a 2020, a de Delegado para a Saúde e Bem-Estar da Província. Em 2020, tornou-se Provincial do Brasil.
Nossa História
Em 13 de março de 2013, Jorge Mario Bergoglio tornou-se o primeiro Pontífice jesuíta nascido no continente americano a assumir o posto mais alto da Igreja Católica. Ao adotar o nome Francisco, mostrou que seu papado seria marcado pela simplicidade, pelo espírito de serviço e pela atenção constante aos mais vulneráveis, traços essenciais de sua formação na Companhia de Jesus.
Nascido em Buenos Aires em 1936, Bergoglio ingressou no noviciado jesuíta em 1958, sendo ordenado sacerdote em 1969. Foi professor, mestre de noviços, provincial da Argentina e reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel. Em sua trajetória, destacou-se pelo discernimento, pela proximidade pastoral e pelo compromisso com a missão de reconciliar e servir.
Nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e arcebispo em 1998, tornou-se cardeal em 2001. Como Papa, promoveu reformas significativas, publicou quatro encíclicas (Lumen fidei/A Luz da Fé, sobre a fé; Laudato Si’/Louvado Sejas, sobre a ecologia e o cuidado com a casa comum; Fratelli Tutti/Todos Irmãos, sobre a fraternidade e a amizade social; Dilexit nos/Amou-nos, sobre o amor ao Sagrado Coração de Jesus) e incentivou uma Igreja mais sinodal, missionária e aberta ao diálogo. Sua atuação internacional reforçou o compromisso com os refugiados, com a paz e com a justiça socioambiental.
O Papa Francisco faleceu em 21 de abril de 2025, aos 88 anos, após complicações decorrentes de uma pneumonia. A notícia foi dada pelo camerlengo da Igreja, cardeal Joseph Farrell, na Casa Santa Marta. No dia anterior, ainda havia proferido a bênção Urbi et Orbi da Páscoa, deixando suas últimas palavras à Igreja e ao mundo.
Francisco deixou um legado marcado pela misericórdia, pela promoção da cultura do encontro e pela defesa dos mais pobres. Seu pedido constante “Rezem por mim” permanece agora como apelo à memória agradecida de toda a Igreja.
Apesar de ter nascido na Ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, na Espanha, Pe.e José de Anchieta ficou conhecido como o “apóstolo do Brasil” por sua atuação no país. Chegou em terras brasileiras em julho de 1553, com outros seis jesuítas e, em menos de um ano, dominava o tupi com perfeição. Ao longo dos 43 anos em que viveu no Brasil, participou da fundação de escolas, cidades e igrejas.
Anchieta não só trabalhou como catequista, mas também tornou-se dramaturgo, poeta, gramático, linguista e historiador. Foi autor da primeira gramática brasileira. Em janeiro de 1554, participou da missa de inauguração do Colégio de São Paulo de Piratininga, atual Pateo do Collegio, local que deu origem à cidade de São Paulo (SP).
Entre as características marcantes da atuação de Anchieta estão a disseminação dos preceitos cristãos utilizando particularidades locais e, assim como os demais jesuítas, a oposição ferrenha aos abusos cometidos pelos colonizadores portugueses contra os indígenas.
Em 1566, Anchieta foi ordenado sacerdote. Três anos depois, fundou o povoado de Reritiba, atual Anchieta, no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu até 1585. Em 1595, Anchieta retirou-se para Reritiba, onde permaneceu até seu falecimento, aos 63 anos de idade, em 9 de junho de 1597. A assinatura do decreto de canonização do Apóstolo do Brasil ocorreu 417 anos depois de sua morte, no dia 24 de abril de 2014, pelo Papa Francisco, em Roma (Itália). No relatório final dos postuladores sobre a vida do jesuíta, um documento de 488 páginas, há o registro de 5.350 histórias de pessoas que alcançaram graças rezando a José de Anchieta.

Pedro Arrupe nasceu na cidade espanhola de Bilbao, no ano de 1907. Em 1918, entrou para a Congregação Mariana de Santo Estanislau Kostka, então dirigida pelo padre jesuíta Ángel Basterra. O amor pelos menos favorecidos fez com que iniciasse um caminho que transformou sua vida em uma busca incansável por fé e justiça.
Foi então que, em 1927, ingressou na Companhia de Jesus, fazendo o Noviciado na cidade de Loyola, na Espanha. Iniciou o curso de Filosofia em 1932, quando o então governo republicano espanhol dissolveu as atividades da Companhia de Jesus no país, forçando Arrupe a continuar sua formação em Marneffe, na Bélgica. Ele ainda cursou Teologia em Valkenburg, na Holanda.
Ordenado sacerdote em 1936, fez das experiências vividas em diversos países uma porta para se lançar no universalismo sem fronteiras, que o caracterizou durante toda sua vida. A inculturação – termo que Arrupe criou para definir a integração cultural entre Ocidente e Oriente, bem como sua imersão na língua japonesa, são apenas alguns dos traços do missionário.
Pe. Pedro Arrupe o pioneiro da inculturação na Igreja, o líder da adaptação da vida religiosa depois do Concílio, uma ponte cultural entre Oriente e Ocidente, um vanguardista do diálogo com o mundo, das ideologias e, sobretudo, um apaixonado pela figura de Jesus. Junto da sua grande atividade, pulsava a vida interior do homem de oração.
Em 1965, foi eleito Superior Geral da Companhia de Jesus, função que exerceu até 1983. Em 1980, sensível à situação dos migrantes forçados, fundou o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), obra que até hoje exerce o trabalho de acolhimento e integração de pessoas em deslocamento forçado. Ele viveu convencido de que a fé não pode ser compreendida sem o compromisso com a libertação dos últimos e marginalizados deste mundo injusto.
Arrupe faleceu em 05 de fevereiro de 1991, em Roma (Itália). Passados 28 anos, nesta mesma data, a pedido da Companhia de Jesus, foi oficialmente aberto o processo que poderá conduzir à sua beatificação e canonização do jesuíta. Em 2024, a causa avançou de forma significativa com a conclusão da fase diocesana. Atualmente, o processo encontra-se na fase romana, no Dicastério para as Causas dos Santos, onde a documentação reunida está sendo analisada.
Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608. Seu pai, Cristóvão Vieira, era funcionário da coroa portuguesa e foi direcionado a Salvador para atuar como escrivão, em 1615. Assim, Vieira mudou-se com a família para o Brasil, então colônia portuguesa, onde iniciou os estudos no colégio dos jesuítas. Em 1623, ingressou na Companhia de Jesus, onde se destacou pelo bom uso da retórica e da oratória, passando também a ensiná-las aos noviços de Olinda. Ordenado padre em 1634, começou a carreira de pregador pelas aldeias baianas.
Ao tomar conhecimento da Restauração Portuguesa (1640), movimento que deu fim à União Ibérica e garantiu a retomada da autonomia política de Portugal, Vieira voltou para Lisboa para reforçar seu apoio à coroa. Tornou-se, então, pregador da Capela Real, homem de confiança do rei D. João IV e recebeu várias missões diplomáticas. Retornou ao Brasil em 1652 e passou a se dedicar à pregação e à catequese no Maranhão.
Ao falar sete idiomas indígenas, aproximou-se dessas comunidades, defendendo o fim da escravização dos povos nativos e também dos africanos. Porém, foi expulso do Maranhão em 1661 pelos senhores de engenho e donos de escravos, incomodados com os seus ideais. Vieira voltou, então, para Lisboa, onde seu horizonte de liberdade religiosa também incomodou a Inquisição. Acusado de aproximação com judeus, o sacerdote foi tido como herege e preso pelos inquisidores em 1666. Anistiado no ano seguinte, partiu para Roma, onde se destacou como pregador e denunciou abusos da Inquisição portuguesa.
Em 1681, retornou a Salvador e passou a revisar e organizar os mais de duzentos sermões que compõem sua obra. O Padre Antônio Vieira morreu no Colégio da Bahia, aos 89 anos, em 18 de julho de 1697.
Fonte: Brasil Escola
Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, no ano de 1930, e foi arcebispo de Mariana. Antes de exercer a função de arcebispo em Minas Gerais, foi bispo auxiliar na Arquidiocese de São Paulo. Ingressou na Companhia de Jesus em 1947, sendo ordenado padre no ano de 1958. Também atuou como secretário-geral e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Comprometido com a justiça social e com a defesa dos direitos humanos, ele foi uma importante liderança política e religiosa da história do Brasil. Considerado pela Igreja como “servo de Deus”, dedicou a sua vida a serviço dos pobres, oprimidos e marginalizados.
A sua atuação se projetou em toda a América Latina e em muitos países na Europa, especialmente na Itália, onde trabalhou em uma prisão por cinco anos. Sua trajetória como bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, entre 1976 e 1988, foi marcada com a fundação da Pastoral do Menor, que visava ajudar crianças e adolescentes das periferias paulistas. Dom Luciano também foi presidente da CNBB de 1987 a 1995, no momento da transição democrática e da constituinte. Depois, de 1988 a 2006, trabalhou em ambientes rurais carentes de Mariana, em Minas Gerais. Ele também foi secretário da Terceira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, na cidade de Puebla, no México, em 1979, quando se discutia a continuidade e os entraves às diretrizes constituídas desde Medellín.
Dom Luciano faleceu no dia de 27 de agosto de 2006, em São Paulo, aos 75 anos.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos

